segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O Pastor ao Pé da Cruz

                                               


                                   

O Pastor ao Pé da Cruz

“Portanto, não sou mais eu quem vive, mas é Cristo quem vive em mim. E essa vida que vivo agora no corpo, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2.20).

Paulo, se despedindo dos pastores de Éfeso, a caminho de Roma, testemunhou que o ministério para o qual o Senhor o havia chamado era mais importante do  que a sua própria vida: “Mas em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu complete minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24). Este testemunho paulino é impressionante. Ele mostrou a sua realidade de crucificado com Cristo, que a sua vida estava ao pé da cruz, e esta era a base fundamental de tudo que era e fazia. Ele não buscava os seus interesses pessoais, mas os de Cristo e da Sua Igreja. O seu contentamento estava no Seu Senhor. Havia alegria plena no seu coração, pois mesmo preso em Filipos, acompanhado por Silas, cantava hinos de louvor a Deus (At 16.25). Não era masoquista, mas profundamente alinhado com Cristo Jesus. Havia uma simbiose entre ele e o Senhor Jesus Cristo. Aos Gálatas, ele revelou peremptoriamente que estava de uma vez para sempre crucificado com Cristo e, como conseqüência, crucificado para o mundo (Gl 2.20; 6.14). A razão vital do seu ministério muito bem sucedido era o fato de que a Cruz era um principio operacional da sua vida e de todo o seu ministério. Não é possível servir a Cristo servindo à Sua igreja se não morrer com Ele. Somos chamados todos os dias à morte com Ele para que a Sua vida se manifeste em nossa carne mortal (II Co 4.9,10). O nosso ministério deve ser caracterizado pela nossa morte, ressurreição e ascensão com Cristo. Identificados com Ele em gênero, número e grau. Da cruz ao assento nos lugares celestiais existe um caminho de peregrinação no serviço abnegado ao Senhor Jesus. Como nos ensina o apóstolo Pedro, somos peregrinos e forasteiros aqui. A nossa pátria não é aqui. Todos os dias enfrentaram lutas na família e no ministério. Se desejamos vencer as batalhas precisamos estar ao pé da cruz. Cada  dia morrendo para nós e vivendo para Ele. Tendo os membros do nosso corpo subjugados pelo Senhorio de Cristo. Não há vida abundante no ministério pastoral se não houve a morte e a ressurreição com Cristo. Por esta razão, o velho  apóstolo nos ensina: “Portanto, fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição. Pois sabemos isto: a nossa velha natureza humana foi crucificada com ele, para que o corpo sujeito ao pecado fosse destruído, a fim de não servirmos mais ao pecado” (Rm 6.4-6).Perguntaram ao velho pastor George Müller, fundador dos Orfanatos de Bristol, na Inglaterra, qual era o segredo de uma vida tão absorvida pelo serviço do Mestre, o cuidado com as crianças, um ministério muito produtivo e o grande respeito da sociedade inglesa e até de outras partes do mundo. A resposta de Müller foi: “Houve um dia em que George Müller morreu”. Houve um dia em que morri para mim mesmo a fim de viver para Cristo e o Seu Reino. Paulo testemunho  aos filipenses: “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (1.21). O próprio Senhor Jesus disse aos Seus discípulos: “Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ficará só; mas, se morrer, dará muito fruto” (Jo 12.24). Então, a vida frutífera resulta em ministério frutífero. O segredo: a vida crucificada com Cristo. Uma vida pela fé na suficiência de Cristo Jesus. Um pastor crucificado com Cristo não busca tietagem, holofotes e nem pódio, mas Ele está totalmente  conformado na morte com Cristo. Ele tem prazer em buscar as coisas de cima e em pensar nas coisas do alto porque a sua vida está escondida com Cristo em Deus (Cl 3.1-4). Ao pé da cruz somos humilhados, quebrantados, redimensionados no foco da vontade de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Vivamos ao pé da cruz, identificados com Ele, caminhando com Ele na via crucis. Como homens de Deus, vivamos para a Glória de Deus Pai! 
Osvaldo Luiz Gomes Jacob

Nenhum comentário :

Postar um comentário