O Pastor ao Pé da Cruz
“Portanto, não sou mais eu quem
vive, mas é Cristo quem vive em mim. E essa vida que vivo agora no corpo, vivo
pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2.20).
Paulo, se despedindo dos pastores
de Éfeso, a caminho de Roma, testemunhou que o ministério para o qual o Senhor
o havia chamado era mais importante do
que a sua própria vida: “Mas em nada considero a vida preciosa para mim
mesmo, contanto que eu complete minha carreira e o ministério que recebi do
Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24).
Este testemunho paulino é impressionante. Ele mostrou a sua realidade de
crucificado com Cristo, que a sua vida
estava ao pé da cruz, e esta era a base fundamental de tudo que era e
fazia. Ele não buscava os seus interesses pessoais, mas os de Cristo e da Sua
Igreja. O seu contentamento estava no Seu Senhor. Havia alegria plena no seu
coração, pois mesmo preso em Filipos, acompanhado por Silas, cantava hinos de
louvor a Deus (At 16.25). Não era masoquista, mas profundamente alinhado com
Cristo Jesus. Havia uma simbiose entre ele e o Senhor Jesus Cristo. Aos
Gálatas, ele revelou peremptoriamente que estava de uma vez para sempre crucificado com Cristo e, como
conseqüência, crucificado para o mundo (Gl 2.20; 6.14). A razão vital do seu
ministério muito bem sucedido era o fato de que a Cruz era um principio
operacional da sua vida e de todo o seu ministério. Não é possível servir a
Cristo servindo à Sua igreja se não morrer com Ele. Somos chamados todos os
dias à morte com Ele para que a Sua vida se manifeste em nossa carne mortal (II
Co 4.9,10). O nosso ministério deve ser caracterizado pela nossa morte, ressurreição
e ascensão com Cristo. Identificados com Ele em gênero, número e grau. Da cruz
ao assento nos lugares celestiais existe um caminho de peregrinação no serviço
abnegado ao Senhor Jesus. Como nos ensina o apóstolo Pedro, somos peregrinos e
forasteiros aqui. A nossa pátria não é aqui. Todos os dias enfrentaram lutas na
família e no ministério. Se desejamos vencer as batalhas precisamos estar ao pé da cruz. Cada dia morrendo para nós e vivendo para Ele.
Tendo os membros do nosso corpo subjugados pelo Senhorio de Cristo. Não há vida
abundante no ministério pastoral se não houve a morte e a ressurreição com
Cristo. Por esta razão, o velho apóstolo
nos ensina: “Portanto, fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para
que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim
andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos a ele na semelhança da
sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição. Pois
sabemos isto: a nossa velha natureza humana foi crucificada com ele, para que o
corpo sujeito ao pecado fosse destruído, a fim de não servirmos mais ao pecado”
(Rm 6.4-6).Perguntaram ao velho pastor George Müller, fundador dos Orfanatos de
Bristol, na Inglaterra, qual era o segredo de uma vida tão absorvida pelo
serviço do Mestre, o cuidado com as crianças, um ministério muito produtivo e o
grande respeito da sociedade inglesa e até de outras partes do mundo. A resposta de Müller foi: “Houve um dia em
que George Müller morreu”. Houve um dia em que morri para mim mesmo a fim de
viver para Cristo e o Seu Reino. Paulo testemunho aos filipenses: “Para mim o viver é Cristo, e
o morrer é lucro” (1.21). O próprio Senhor Jesus disse aos Seus discípulos: “Em
verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo não cair na terra e não
morrer, ficará só; mas, se morrer, dará muito fruto” (Jo 12.24). Então, a vida
frutífera resulta em ministério frutífero. O segredo: a vida crucificada com Cristo. Uma vida pela fé na suficiência de
Cristo Jesus. Um pastor crucificado com
Cristo não busca tietagem, holofotes e nem pódio, mas Ele está totalmente conformado na morte com Cristo. Ele tem
prazer em buscar as coisas de cima e em pensar nas coisas do alto porque a sua
vida está escondida com Cristo em Deus (Cl 3.1-4). Ao pé da cruz somos
humilhados, quebrantados, redimensionados no foco da vontade de Deus que está em
Cristo Jesus, nosso Senhor. Vivamos ao pé da cruz, identificados com Ele,
caminhando com Ele na via crucis. Como homens de Deus, vivamos para a Glória de
Deus Pai!
Osvaldo Luiz Gomes Jacob
Nenhum comentário :
Postar um comentário