terça-feira, 23 de junho de 2015

As Diferenças não devem Subtrair o Respeito



     Algo que aprendi é que posso não aceitar uma coisa, uma opinião, um ponto de vista ou até mesmo uma filosofia, ideologia, teologia e o modo de agir do outro, mas devo respeitar mesmo assim para que respeitando seja respeitado, o que não impede de discordâncias; seria aquela máxima: Respeito mesmo que não aceite. Quando olho para o questionamento de John Wesley em seu sermão: O Espírito Católico percebo que isso é possível quando entendermos que de fato o nosso alvo comum é Jesus e o seu Reino e a unidade do corpo de Cristo em um só sentimento de servir e adorar a Deus. Quando vivenciarmos o amor integralmente em nossas vidas e colocarmos a cima de questões pequenas, entenderemos que mesmo pensando diferente, poderemos amar de maneira igual, pois o amor excede as barreiras culturais, econômicas, sociais, religiosas e a vida terá mais sentido do que coisas e ponto de vistas.
     Um só coração deve ser entendido como um só sentimento, propósito, causa, mesmo que percorrido por destinos diferentes ou diferentes caminhos que levem ao mesmo lugar e isso me refiro a muitas interpretações. As Igrejas da atualidade estão perdendo Jesus de vista e enxergando muito mais a multidão, ou olhando para si mesma, seus programas, suas atividades locais e individuais, seus dogmas, suas liturgias seus próprios modos de serem, enquanto que a causa do verdadeiro evangelho que exalta a Deus, que é claro como límpidas águas, que desamarra todo nó que o inimigo faz na cabeça das pessoas está sendo cada vez mais esquecido. Mesmo que tenhamos nossa maneira de ser, pensar e agir, faz-se necessário uma reflexão sobre o tema abordado por Wesley há alguns anos, mas tão preciso em nossos dias, O Espírito Católico no sentido de união pelo reino de Deus deve motivar-nos a olhar para os outros além das nossas diferenças e costumes. Esse diálogo que poderia ser aberto, franco é prejudicado pelo individualismo de grupos separatistas que se acham exclusivistas dos direitos celestiais, se acham donos do reino, quando na realidade o reino é do Senhor e do seu filho amado e estendido a cada um de nós pela fé e aceitação do Senhor Jesus como Salvador de nossas almas. Grupos que se acham melhores do que os outros, que não se envolvem em causas iguais por pensarem de maneiras diferentes e esquecem-se do dom maior que é o dom de amar. O Espírito Católico no sentido universal é abrangente, global,  e sobressai ao espírito limitado, controlado, localizado e que não vai alem daquilo que pensamos e entendemos ao invés de agirmos muito mais pela causa maior, ficamos presos em questiúnculas que nos dividem, nos separam e faz com que não nos respeitemos.
     Diferenças não devem subtrair o respeito, ao contrário disso o respeito deve agregar diferenças, não somos iguais, não pensamos iguais, não agimos iguais e isso não deve ser o motivo para nos separar. Deus trabalha na multiforme graça e não na uniforme graça, Paulo compara a Igreja como um corpo que tem muitos membros, com funções diversas e com um único objetivo, o bom funcionamento, isto fica evidenciado que as denominações, igrejas, religiões devem refletir a este respeito, buscando a paz com todos mesmo pensando diferentes, ajudando a todos mesmo pensando diferentes, se unindo mesmo pensando diferentes, dialogando mesmo pensando diferentes; não é matar o outro porque é diferente de nós, mas agregá-lo e amá-lo, mesmo que não aceitemos a sua postura, o seu modo de ser.

Pr. Marcone Pereira da Silva

Pastor da Primeira Igreja Batista em Porto Franco

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