Algo que aprendi é que posso não aceitar
uma coisa, uma opinião, um ponto de vista ou até mesmo uma filosofia,
ideologia, teologia e o modo de agir do outro, mas devo respeitar mesmo assim
para que respeitando seja respeitado, o que não impede de discordâncias; seria
aquela máxima: Respeito mesmo que não aceite. Quando olho para o questionamento
de John Wesley em seu sermão: O Espírito Católico percebo que isso é possível
quando entendermos que de fato o nosso alvo comum é Jesus e o seu Reino e a
unidade do corpo de Cristo em um só sentimento de servir e adorar a Deus.
Quando vivenciarmos o amor integralmente em nossas vidas e colocarmos a cima de
questões pequenas, entenderemos que mesmo pensando diferente, poderemos amar de
maneira igual, pois o amor excede as barreiras culturais, econômicas, sociais,
religiosas e a vida terá mais sentido do que coisas e ponto de vistas.
Um só coração deve ser entendido como um
só sentimento, propósito, causa, mesmo que percorrido por destinos diferentes
ou diferentes caminhos que levem ao mesmo lugar e isso me refiro a muitas interpretações.
As Igrejas da atualidade estão perdendo Jesus de vista e enxergando muito mais
a multidão, ou olhando para si mesma, seus programas, suas atividades locais e
individuais, seus dogmas, suas liturgias seus próprios modos de serem, enquanto
que a causa do verdadeiro evangelho que exalta a Deus, que é claro como
límpidas águas, que desamarra todo nó que o inimigo faz na cabeça das pessoas
está sendo cada vez mais esquecido. Mesmo que tenhamos nossa maneira de ser,
pensar e agir, faz-se necessário uma reflexão sobre o tema abordado por Wesley há
alguns anos, mas tão preciso em nossos dias, O Espírito Católico no sentido de
união pelo reino de Deus deve motivar-nos a olhar para os outros além das
nossas diferenças e costumes. Esse diálogo que poderia ser aberto, franco é
prejudicado pelo individualismo de grupos separatistas que se acham exclusivistas
dos direitos celestiais, se acham donos do reino, quando na realidade o reino é
do Senhor e do seu filho amado e estendido a cada um de nós pela fé e aceitação
do Senhor Jesus como Salvador de nossas almas. Grupos que se acham melhores do
que os outros, que não se envolvem em causas iguais por pensarem de maneiras
diferentes e esquecem-se do dom maior que é o dom de amar. O Espírito Católico
no sentido universal é abrangente, global, e sobressai ao espírito limitado, controlado,
localizado e que não vai alem daquilo que pensamos e entendemos ao invés de
agirmos muito mais pela causa maior, ficamos presos em questiúnculas que nos
dividem, nos separam e faz com que não nos respeitemos.
Diferenças não devem subtrair o respeito,
ao contrário disso o respeito deve agregar diferenças, não somos iguais, não
pensamos iguais, não agimos iguais e isso não deve ser o motivo para nos
separar. Deus trabalha na multiforme graça e não na uniforme graça, Paulo
compara a Igreja como um corpo que tem muitos membros, com funções diversas e
com um único objetivo, o bom funcionamento, isto fica evidenciado que as
denominações, igrejas, religiões devem refletir a este respeito, buscando a paz
com todos mesmo pensando diferentes, ajudando a todos mesmo pensando
diferentes, se unindo mesmo pensando diferentes, dialogando mesmo pensando
diferentes; não é matar o outro porque é diferente de nós, mas agregá-lo e
amá-lo, mesmo que não aceitemos a sua postura, o seu modo de ser.
Pr. Marcone Pereira da
Silva
Pastor da Primeira
Igreja Batista em Porto Franco
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