terça-feira, 13 de outubro de 2015

Um Selfie para o céu



Wilma Rejane


Eis uma fotografia que merece ser pensada.
É um registro da passagem do ator Jhonny Depp
no Estado de Massachusetts para promover seu mais novo filme
 "Aliança do Crime". Com exceção da simpática
senhora debruçada sobre a grade, todos os demais
fazem uso do smartfone fotografando-se em selfie
ou fotografando o artista Depp.

Este retrato é mais que um encontro de gerações de
comportamentos antagônicos, é um registro fiel do
que se passa no íntimo das pessoas neste século.
É impossível não se deparar diariamente com o excesso
de selfies e atenção destinada aos mínis aparelhos conectados
a internet. Vivemos um antropocentrismo moderno onde tudo
 é escorregadio, rápido e superficial.

Qual o destino dos selfies? As redes sociais, claro.
Elas são a representação cotidiana de uma sociedade que
valoriza tanto a aparência que se torna  incapaz de reproduzir
momentos semelhantes ao da senhora debruçada sobre a grade:
 enquanto os demais estão preocupados em mostrar o quanto
estão felizes, ela vive sua felicidade de um modo autêntico
sem o escravismo da aprovação exterior.


É irônico, mas não fosse o contraste e o destaque dado a
 foto nas redes sociais não teríamos acesso a ela. E seríamos
privados de contemplar uma rica lição que é conhecida por
muitos e seguida por poucos: viva a vida! Viva a simplicidade
das relações, do olho no olho, da conversa demorada, do afago,
 do abraço, das essências que só se alcançam com a
intensidade do ser na busca pela verdade do que seja amor.

Este caminho de dependência real do mundo “virtual”
não tem volta, ele se agravará tanto pela necessidade de
informação como pela superficialidade das relações. Porque coisas
 parecem tomar o lugar de pessoas e pessoas parecem ser
absolutamente tomadas por coisas. E as coisas
(computadores, celulares, smartfones...) se colocam entre
 pessoas impedindo-as de enxergar a vida como ela realmente é.

É só uma crítica, e não é para todos, nem para o
uso da tecnologia, é para o esvaziamento das relações sociais.
 Às vezes não nos damos conta de quanto o capitalismo com
 suas ofertas encantam o ser, a indústria de entretenimento
virtual parece atrair muito mais pessoas que o espanto pela vida.
 E quando digo “espanto pela vida” me refiro ao destino da
alma e a irrefutável necessidade de salvação.

Os espelhos deste século refletem boas e belas maquiagens,
sucesso, beleza, selfies em excesso. Mas a palavra de vida,
 que abre o caminho para a salvação foi apregoada nos desertos.
Era João, o Batista, convocando ao arrependimento.
Era Moisés no Sinai, sozinho vendo a glória de Deus e a multidão
derretendo ouro para fabricar um bezerro adotado como deus.

É preciso ficar a sós conosco e com Deus para conhecer a
Verdade sobre Salvação. É preciso parar para refletir sobre
"o espanto da vida e da morte". Na solidão da cruz do
calvário Jesus nos dá as respostas. Busquemos-nas. 

Não nos enganemos, o mundo está mais egoísta e menos humano.
 Os humanos mais robóticos, apoiados na força material  moderna.
 Mas os valores antigos não mudam, os marcos fincados por
Deus jamais serão removidos: o homem precisa  matar a vaidade
, o materialismo,  o egoísmo, o antropocentrismo e se voltar
 para Deus e para o próximo.

Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder
a sua vida por minha causa e pelo Evangelho salva-la-á! Marcos 8:35.

Que Deus nos ajude e  ensine a viver moderadamente, não para
servir a aparências, mas para refletir Sua essência.
E que usemos a tecnologia a serviço do bem e não para
 fabricar uma glória humana que é fugaz, passageira. Que
a honra pelas conquistas seja dada a Deus e que da simplicidade
surja a beleza da vida, a intensidade da felicidade.


Deus o abençoe.

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